Você sabia que 90% dos brasileiros prefere uma alimentação dita saudável? Além disso, basta uma rolagem de feed para vermos o discurso de alimentação perfeita e corpo dito saudável por todos os lados nas redes sociais. Essa busca por um corpo perfeito, uma saúde física e mental ideal e a alimentação sem “escapadas” tem feito com que as pessoas acabem praticando um comportamento de alerta, sem saberem como, quanto e o que comer.
A chegada da internet e redes sociais trouxe muitas facilidades e, também, muitas informações e angústias. Nunca se teve tanto acesso à informações. Com um simples clique é possível pesquisar sobre qualquer assunto, a qualquer hora. Com isso, muitas pessoas, infelizmente, acabam acreditando em tudo o que veem, leem e (até) viram um “especialista” no assunto. E isso não seria diferente quando falamos em alimentação saudável, corpo e saúde mental.
O acesso a muitas informações (verídicas e não verídicas), acaba confundindo as pessoas e alguns comportamentos acabam se tornando comuns, apesar de não serem comportamentos normais ou saudáveis.
A seguir, listamos cinco comportamentos que, embora comuns, indicam que algo pode estar errado na sua relação com a alimentação saudável.
Não deixe de conferir o nosso post explicando o que é uma alimentação saudável.
5 comportamentos que podem indicar uma relação negativa com a alimentação saudável, o corpo e a saúde mental.
1. Pensar o dia todo em comida
Pesquisar (e/ou salvar) receitas o tempo todo, sejam elas saudáveis ou não, ficar pensando o que comeu, o que deveria ou não ter comido, o que irá comer ou o que gostaria de ter comido, mesmo que você tenha acabado de fazer uma refeição, pode ser um indicativo de que você está com fome e/ou comendo menos do que deveria.
Ao fazer uma restrição alimentar, o corpo lança mão de uma série de mecanismos adaptativos para se defender dessa “falta de comida”, mesmo que essa restrição seja auto imposta. Em resumo, mesmo que a pessoa queira emagrecer, o organismo entende que faltará comida e que algo precisa ser feito, para evitar a perda de peso.
Dentre esses mecanismos está o de pensar em comida. Tal comportamento é uma forma de defesa do nosso organismo para nos fazer ir atrás de comida e satisfazer nossas necessidades e vontades.
Lembre-se, uma alimentação saudável inclui também comer comida em quantidade suficiente. Assim, quanto mais eu restrinjo, mais meu corpo irá fazer com que eu busque comida e, normalmente, o desejo é por comida mais palatável, mais calórica.
2. Contar calorias de tudo o que come
Um comportamento associado à alimentação saudável é contar calorias. Sim, contar calorias parece normal e “todo mundo faz”. Mas, não é porque é comum que é normal.
As pessoas normalmente contam calorias buscando o déficit calórico e, consequentemente, o emagrecimento. Todavia, como disse a nutricionista Marina Nogueira, “o simples fato de saber calorias dos alimentos, não resolve nossa vida”.
Isso porque saber quantas calorias um alimento tem não muda nosso comportamento e/ou relação com a comida. Muito pelo contrário, a preocupação excessiva com o que e quanto se come pode ser um indicativo de que a sua relação com a comida não está saudável.
Lembre-se que não somos uma máquina que se satisfaz apenas recebendo as “calorias” necessárias. Somos seres humanos que tem vontades e é normal comer por outras razões além das fisiológicas.
3. Classificar alimentos certos e errados
É fácil cair no comportamento de classificar os alimentos em certos ou errados, bons ou ruins, saudáveis e não saudáveis. Normalmente, tal classificação acontece exclusivamente pelo seu valor nutricional (e calórico), não levando em consideração, por exemplo, o momento que o alimento foi consumido, quantidade, etc…
Porém, essa dicotomia alimentar faz com que, muitas vezes, as pessoas deixem de comer alimentos que gostam ou, quando comem, sintam muita culpa, achando que fizeram algo errado.
É sempre muito importante lembrar que uma alimentação saudável envolve diferentes aspectos, além dos biológicos. É um agir que manifesta também valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais.
4. Se pesar todos os dias
Não é de hoje que, para muitas pessoas (incluindo profissionais da saúde, infelizmente) a magreza é sinônimo de saúde, sucesso, beleza e, até, força de vontade.
Por essa razão, algumas pessoas acabam buscando um controle muito rigoroso sobre o seu peso, avaliando o sucesso e saúde apenas pelo número que aparece na balança e se pesando diariamente.
É importante saber que o peso do nosso corpo varia, dependendo de como foi o dia, dos alimentos consumidos, se estes eram mais ou menos salgados, se houve o consumo de bebidas alcoólicas, se foi feito mais ou menos atividade e até por razões fisiológicas como período menstrual, funcionamento do intestino, hidratação, entre outros fatores.
Essa variação de peso não quer dizer que a pessoa engordou ou emagreceu “x” gramas. Trate-se apenas de uma variação normal do peso, que acontece ao longo do dia e semana e apenas diz se você está mais leve ou não.
5. Realização de comportamentos compensatórios
Ainda entre os comportamentos que acendem um alerta sobre alimentação saudável, corpo e saúde mental estão os comportamentos compensatórios. Esses são práticas que buscam uma forma de alívio diante de um pensamento ou situação reconhecida como negativa.
Quando falamos de alimentação e corpo ideal, os comportamentos compensatórios são realizados, normalmente, para evitar o ganho de peso. Eles aparecem de diferentes formas e, muitas vezes, são comportamentos comuns, mas podem ser altamente prejudiciais para a saúde mental e física.
São alguns comportamentos compensatórios comuns:
- Ir na academia excessivamente, unicamente, para queimar as calorias de algo que comeu ou que irá comer – o famoso “tá pago”;
- Pular refeições, como não almoçar, porque tem uma festa à noite, ou jantar só salada, pois “exagerou” no almoço;
- Tomar medicamentos (sem indicação médica) para evitar o ganho de peso;
- Realização de jejuns excessivos ou até a adesão de dietas muito restritivas, visando a redução rápida de peso.
Os comportamentos compensatórios podem trazer prejuízos no funcionamento social, profissionais e demais áreas da vida das pessoas. Prejudicam a relação com a comida e com o corpo e afetam a saúde mental, trazendo sentimento de culpa, vergonha e ansiedade. Fazem também com que o indivíduo se desconecte com os sinais de fome e saciedade, podendo trazer danos físicos, como distúrbios gastrointestinais e cardiovasculares, desnutrição, problemas dentários, entre outros.
Parece que comer está cada vez mais difícil, né?!
O medo de engordar é muito justificável quando pensamos na sociedade em que vivemos, onde ser magro é sinônimo de sucesso, beleza e auto cuidado. Entretanto, a preocupação excessiva com a forma e tamanho do corpo tem afetado cada vez mais a saúde mental e física.
É importante sempre lembrar que: comer é um ato biopsicossociocultural e que a alimentação saudável deve levar em consideração mais do que sua composição nutricional.
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Canais disponíveis pelo Ministério da Saúde ou Governo Federal:
- Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita) ou acesse o chat no cvv.org.br.
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde mais perto da sua casa (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
- Se sentir que é urgente, procure a UPA 24H mais perto da sua casa ou chame o SAMU ligando 192 (ligação gratuita).