Ozempic: o que ninguém te conta sobre o uso para emagrecimento

Já é do senso comum que a melhor opção para a perda de peso é a alimentação equilibrada e os exercícios físicos frequentes. Contudo, nos últimos tempos, um medicamento tem chamado a atenção de quem quer perder peso: o Ozempic. Criado para tratar diabetes tipo 2, ele ganhou fama pelos seus efeitos no emagrecimento. E, com a queda da sua patente em 2026, a tendência é que ele se torne cada vez mais popular.

Mas será que é seguro usá-lo indiscriminadamente? Vamos entender melhor o que está por trás dessa tendência e quais podem ser os impactos na sua saúde física e mental.

O que é o Ozempic e por que ele ficou tão popular?

O Ozempic tem como princípio ativo a semaglutida, uma substância que imita o hormônio GLP-1. Esse hormônio regula a glicose no sangue, aumenta a liberação de insulina e dá aquela sensação de saciedade, ajudando na perda de peso.

Embora tenha sido desenvolvido para diabetes tipo 2, o Ozempic passou a ser usado de forma “off-label” para emagrecimento, ou seja, fora da indicação original. Ele é recomendado apenas para pessoas com obesidade (IMC acima de 30) ou com sobrepeso (IMC a partir de 27) e alguma condição de saúde associada, como hipertensão ou colesterol alto.

O Ozempic não é o primeiro medicamento para diabetes tipo 2 usado para o emagrecimento. O Victoza e o Saxenda, que têm como princípio ativo a liraglutida, já vinham sendo utilizados como tratamento para a obesidade. 

O sucesso levou à criação de outros medicamentos, como o Wegovy, que também tem semaglutida, e o Mounjaro, com um princípio ativo diferente, a tirzepatida. Esses remédios foram formulados especificamente para tratar a obesidade e prometem ainda mais eficiência no emagrecimento.

O boom do Ozempic para emagrecimento: tendência ou perigo?

A popularidade do Ozempic cresceu tanto que muitas pessoas passaram a usá-lo por conta própria, apenas para fins estéticos, sem avaliação ou acompanhamento profissional. E, com isso, colocando a saúde em risco. 

Quando tomado sem critério, os efeitos colaterais podem ser intensos. Náuseas, enjoo e falta de energia são queixas comuns. Algumas pessoas chegam a sentir tanto mal-estar que reduzem drasticamente a alimentação, o que pode levar a deficiências nutricionais e perda de músculo (massa magra), em vez de gordura. Sem a devida orientação, o uso do Ozempic pode causar mais danos do que benefícios.

Não é de hoje que a busca por emagrecimento faz com que as pessoas abram mão da saúde para ter um corpo magro. Afinal, a sociedade valoriza o corpo magro e culpabiliza as pessoas que possuem corpos maiores.

E, em um período onde não basta mais ser magra, tem que ser muito magra, as redes sociais acabam tendo um papel ainda mais crucial no uso indiscriminado desses medicamentos. Não é raro vermos postagens encorajando o uso, minimizando os riscos e trazendo termos como “injeção para emagrecer” ou “tratamento “revolucionário”.

O impacto do Ozempic na saúde mental: o que pouco se fala

Apesar de ser vendido como a solução para o emagrecimento, o Ozempic acaba não tendo a mesma função a longo prazo. Apesar do número limitado de estudos sobre seu efeito após meses ou anos de uso, atualmente já se fala do “rebote” desses medicamentos. Isso é: após parar de tomar o Ozempic, as pessoas acabam recuperando o peso perdido, pois a perda aconteceu pela redução do consumo de alimentos e não pela mudança do estilo de vida. 

Ozempic, Mounjaro, Wegovy e similares podem facilitar o processo de emagrecimento, mas não podem ser os atores principais dessa jornada. É fundamental que as pessoas busquem mudanças no estilo de vida, adotando hábitos mais saudáveis. Sem isso, a recuperação de peso é quase certa, assim como de qualquer outra dieta restritiva, facilitando o efeito sanfona e impactando na saúde física e mental. 

A importância do uso consciente do Ozempic e do acompanhamento médico

Os medicamentos estão aí para nos ajudar no processo de emagrecimento, mas é fundamental o acompanhamento de um profissional responsável e que enxergue a saúde e o estilo de vida do paciente muito além do peso da balança. 

Outra informação importante é que o tratamento deve ser individualizado. Essa é uma informação essencial, visto que, muitas pessoas sendo intolerantes aos efeitos colaterais, seguem com compulsões alimentares ou não são responsivos ao seu princípio ativo, impedindo o emagrecimento desejado. Por essas razões, não é possível tomar por base o tratamento de uma amiga ou influenciadora e, principalmente, deve-se ter o acompanhamento de um profissional da saúde como um endocrinologista.

Lembre-se: saúde não tem um tamanho padrão. O mais importante é cuidar do corpo e da mente de forma consciente e equilibrada.

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Canais disponíveis pelo Ministério da Saúde ou Governo Federal:

  • Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita) ou acesse o chat no cvv.org.br.
  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde mais perto da sua casa (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
  • Se sentir que é urgente, procure a UPA 24H mais perto da sua casa ou chame o SAMU ligando 192 (ligação gratuita).