Doença Crônica e Saúde Mental: como acolher com empatia e apoiar quem enfrenta esse desafio

Conviver com uma doença crônica é um desafio diário que afeta não só o corpo, mas também a saúde mental. Acolher alguém nessa condição requer empatia, paciência e informação.

Pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença no bem-estar emocional de quem vive com uma condição de saúde prolongada.

Leia este post enquanto assiste ao episódio do BurnUp Cast sobre o tema.

O que é uma doença crônica?

Doenças crônicas são condições de saúde que persistem por longos períodos, geralmente por mais de três meses, e que exigem cuidados contínuos. Elas não têm cura definitiva, mas podem ser controladas com tratamento adequado.

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 57 milhões de brasileiros vivem com pelo menos uma doença crônica, como hipertensão, diabetes, doenças respiratórias ou cardiovasculares. Essas condições impactam significativamente a qualidade de vida e a saúde mental das pessoas afetadas.

O impacto emocional das doenças crônicas

As doenças crônicas exigem cuidados contínuos e, muitas vezes, causam alterações na rotina, no corpo e na autonomia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas condições são responsáveis por cerca de 74% das mortes no mundo e afetam milhões de pessoas física, emocional e socialmente.

Estudos apontam que pessoas com doenças crônicas têm risco significativamente maior de desenvolver transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Segundo a American Psychological Association, até 33% dos pacientes com doenças crônicas apresentam sintomas depressivos.

O que é acolhimento no contexto da doença crônica?

Acolher não é “resolver o problema do outro”, mas estar presente com empatia e sem julgamento. Significa ouvir ativamente, respeitar o tempo e o sofrimento da pessoa, e oferecer apoio emocional de maneira sensível e constante.

O acolhimento também envolve compreender que o sofrimento não é só físico. O impacto emocional de uma doença crônica pode incluir:

  • Luto por uma vida que mudou;
  • Sensação de inutilidade ou dependência;
  • Isolamento social;
  • Medo do futuro;
  • Baixa autoestima;
  • Estigma social.

Causas e fatores de risco para sofrimento emocional em doenças crônicas

Alguns fatores aumentam o impacto emocional de quem convive com uma condição crônica. Alguns deles são:

  • Mudanças na autonomia e no estilo de vida;
  • Dores ou limitações físicas frequentes;
  • Falta de apoio familiar e social;
  • Preconceito ou estigmatização;
  • Incerteza sobre o prognóstico;
  • Dificuldade de acesso a tratamento adequado;
  • Sobrecarga emocional e financeira.

Cada pessoa reage de forma única, e o acolhimento deve considerar sua história, seus limites e necessidades.

Sinais de sofrimento emocional em pessoas com doenças crônicas

É fundamental observar comportamentos e falas que possam indicar sofrimento psicológico, como:

  • Tristeza frequente ou irritabilidade;
  • Falta de motivação para o autocuidado;
  • Rejeição a visitas ou conversas;
  • Desinteresse por atividades antes prazerosas;
  • Alterações no sono e apetite;
  • Sentimentos de culpa, inutilidade ou desesperança;
  • Frases como “estou cansado de lutar” ou “isso não vai mudar”.

Esses sinais podem indicar sofrimento psicológico intenso e a necessidade de apoio especializado.

Como acolher na prática?

Algumas atitudes simples podem transformar o dia de quem vive com uma doença crônica:

  • Ouça sem interromper: às vezes, a pessoa só precisa desabafar.
  • Evite minimizar a dor: frases como “podia ser pior” ou “tem gente pior que você” não ajudam.
  • Esteja disponível: pequenos gestos mostram cuidado. Enviar uma mensagem, fazer companhia, ajudar com tarefas simples.
  • Respeite o ritmo dela: há dias em que a pessoa vai querer conversar, outros não.
  • Incentive o autocuidado e a busca por ajuda profissional: psicólogos e psiquiatras podem ser aliados importantes nesse processo.

A importância da rede de apoio no cuidado com a doença crônica

Família, amigos e cuidadores têm um papel essencial no enfrentamento da doença crônica. Segundo um estudo da National Institute of Mental Health (NIMH), o apoio social reduz sintomas de ansiedade e depressão, além de melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.

Se você convive com alguém com doença crônica, lembre-se: seu cuidado pode ser um ponto de apoio fundamental. E, se você também se sente sobrecarregado, buscar ajuda é um ato de responsabilidade e não de fraqueza.

Conte com a BurnUp

Com a BurnUp, você não está sozinho! Estamos ao seu lado para encontrar o bem-estar que vem de dentro pra fora. Conte conosco no dia a dia e, se precisar, busque ajuda!

Canais disponíveis pelo Ministério da Saúde ou Governo Federal:

  • Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita) ou acesse o chat no cvv.org.br.
  • CAPS e Unidades Básicas de Saúde mais perto da sua casa (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde);
  • Se sentir que é urgente, procure a UPA 24H mais perto da sua casa ou chame o SAMU ligando 192 (ligação gratuita).