Ao longo dos séculos, lendas em volta da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) foram criadas enquanto ela desenvolveu-se como um sistema completo de cuidados com a saúde física, mental e emocional. Porém, junto com seu crescimento e disseminação pelo mundo, também surgiram diversas histórias e mitos que até hoje despertam curiosidade e, muitas vezes, geram dúvidas.
Neste artigo, vamos explorar e te apresentar as 5 lendas sobre a Medicina Tradicional Chinesa que vale a pena conhecer, bem como, o que eles representam na construção dessa tradição milenar. Assim, prepare-se para uma jornada entre fatos, lendas e sabedoria ancestral com a gente.
1. Fu Xi e a origem das agulhas da acupuntura
Segundo a mitologia chinesa, Fu Xi é considerado um dos ancestrais culturais da China. Ele viveu em uma Era onde o conhecimento sobre o corpo humano ainda não havia se expandido. Acredita-se que ele tenha sido o primeiro a perceber que estímulos em pontos específicos do corpo poderiam aliviar dores.
De acordo com as histórias, Fu Xi começou a usar pedras afiadas para pressionar e perfurar áreas específicas do corpo. Inclusive, ele teria experimentando em si mesmo as suas teorias até criar as “nove agulhas” originais. Embora isso seja um mito, não podemos negar que esse personagem representa a origem simbólica da acupuntura, uma das técnicas mais conhecidas da MTC.
A base científica da acupuntura na Medicina Tradicional Chinesa
Atualmente, estudamos amplamente a acupuntura. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já a apontou como eficaz para o tratamento de dores crônicas e ansiedade. Vale ressaltar, que já há pesquisas, como esta publicada no National Center for Complementary and Integrative Health, que mostram evidências consistentes dos benefícios da técnica.
Você pode conhecer mais sobre a acupuntura e seus benefícios com o nosso post “Os benefícios da acupuntura“.
2. Shen Nong e o teste das ervas medicinais
Outro mito fascinante é o de Shen Nong, o “Deus da Agricultura” e também patrono das ervas medicinais. Segundo a lenda, ele teria experimentado pessoalmente centenas de plantas para descobrir suas propriedades. Ainda, ele chegou a ser envenenado 70 vezes em um único dia.
Vale lembrarmos que, mesmo que o número exato seja simbólico, o mito nos mostra o esforço empírico e a dedicação no desenvolvimento da fitoterapia chinesa. De fato, o uso de plantas medicinais é um dos pilares da MTC, e continua sendo, nos dias atuais, amplamente praticado.
Fitoterapia: da Medicina Tradicional Chinesa para o mundo atual
A eficácia de diversas ervas da MTC já é estudada por universidades e centros de pesquisa. Por exemplo, um artigo pela National Library of Medicine mostra como fórmulas tradicionais podem ser aliadas no tratamento da insônia, ansiedade e depressão.
Neste artigo, a gente conta mais sobre a fitoterapia.
3. Huang Di e o nascimento da medicina preventiva
Outro personagem central da MTC que podemos citar é aquele conhecido como o lendário Imperador Amarelo (Huang Di), responsável por um dos textos mais antigos da medicina: o Huang Di Nei Jing. Ainda que considerado um mito, ele teria aprendido com o sábio Qibo a observar os ciclos da natureza e a relação entre corpo, mente e ambiente. Da mesma forma que muitos tratam atualmente.
Podemos definir o Huang Di Nei Jing como um marco na Medicina Tradicional Chinesa por enfatizar a prevenção das doenças por meio do equilíbrio entre Yin e Yang, alimentação adequada, exercício físico, emoções e práticas como a acupuntura e a meditação. Tais conceitos são ligados aos 5 elementos da MTC.
Medicina integrativa e autocuidado
Essa abordagem holística está cada vez mais presente aqui, no Ocidente, sendo adotada por práticas de medicina integrativa. Vale lembrar que nós, na BurnUp, já abordamos a importância do autocuidado para a saúde mental, em várias iniciativas, bem como, em posts como Medicina Tradicional Chinesa no dia a dia: como aplicar os conceitos milenares na rotina moderna.
4. Hua Tuo e a invenção do anestésico natural
Hua Tuo é lembrado como um médico brilhante da dinastia Han. Segundo a lenda, ele teria criado o primeiro anestésico da história: o “mafeisan”. Inspirado por um menino que entrou em coma após ingerir uma flor chamada “mazi”, Hua Tuo teria combinado essa planta com álcool, criando, dessa forma, um extrato usado para cirurgias.
Embora o mafeisan não tenha resistido ao tempo em registros científicos precisos, ainda assim, Hua Tuo é considerado, o precursor das técnicas cirúrgicas chinesas e um dos primeiros médicos a buscar o alívio da dor de forma consciente e humanizada.
5. Os cinco animais e os exercícios terapêuticos
Por fim, outra lenda ligada a Hua Tuo é a criação da prática “Wu Qin Xi” (Exercícios dos Cinco Animais). Isso é: inspirado nos movimentos similarmente aos do tigre, veado, urso, macaco e grou, ele desenvolveu uma sequência de exercícios que promovem o equilíbrio físico, energético e emocional.
Esses exercícios são praticados até hoje, com foco no fortalecimento dos órgãos internos, melhora da circulação do Qi (energia vital) e redução do estresse.
Movimento e saúde emocional
Você sabia que diversos estudos já apontam que práticas corporais da MTC, como o Qi Gong e o Tai Chi, ajudam no combate à ansiedade, depressão e insônia. Uma análise publicada pela Unicamp mostrou efeitos positivos na saúde mental de praticantes dessas técnicas, inclusive na época da pandemia da Covid-19.
Medicina Tradicional Chinesa: tradição e ciência lado a lado
Embora ainda não possamos comprovar cientificamente muitos mitos da Medicina Tradicional Chinesa, entender-los nos mostra o quanto essa tradição valoriza a observação da natureza, o cuidado com o corpo e o respeito pelo processo de cura.
Hoje, muitos desses ensinamentos milenares encontram respaldo na ciência moderna e ganham espaço em clínicas, consultórios e plataformas como aqui, na BurnUp. Nós acreditamos na integração entre saberes ancestrais e evidências contemporâneas para gerar mais conhecimento e bem-estar para você.
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