O Agosto Lilás, campanha anual de enfrentamento à violência contra a mulher, destaca-se como um momento essencial de conscientização, fortalecimento de políticas públicas e apoio à saúde mental das vítimas. Este mês também reforça a visibilidade da saúde emocional, especialmente em relação às consequências deixadas pela violência doméstica.
A seguir, entenda os números do Brasil, os impactos na saúde mental e os canais de apoio disponíveis.
Violência contra a mulher no Brasil: dados alarmantes
Segundo o Ministério das Mulheres, o Agosto Lilás de 2025 reforça o quanto a Lei Maria da Penha “salva vidas” e convoca a sociedade para denunciar pelo telefone 180. Ainda, este é um mês que traz a importância de falarmos ainda mais sobre o tema.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 1.492 feminicídios em 2024. Ademais, o DataSenado aponta que 3 a cada 10 brasileiras sofreram violência doméstica ao longo da vida. Por fim, somente no estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, ocorre uma violência doméstica contra mulher a cada 25 minutos, totalizando 12.393 registros até agosto, segundo a Assembleia MS. Esses números evidenciam a urgência de ações, especialmente, durante o Agosto Lilás.
Certamente, essa questão vai além da violência física. As marcas das agressões também afetam a saúde mental.
Impactos da violência doméstica na saúde mental das mulheres

A violência contra a mulher tem efeitos devastadores sobre a saúde mental e emocional. Por exemplo, mulheres que sofrem abuso frequentemente desenvolvem depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós‑traumático (TEPT) e transtorno do pânico. Por isso, a atenção à saúde mental dessas vítimas é fundamental.
Segundo um estudo da UFC (Universidade Federal do Ceará), em diversas capitais nordestinas, entre 27 % e 48 % das mulheres vítimas de violência relataram prejuízos como dificuldade de concentração, insônia, estresse intenso. Assim, o trauma emocional ultrapassa a violência visível e impacta profundamente a qualidade de vida.
Além disso, a violência psicológica, tais como humilhações, manipulações ou ameaça constante, causa hipervigilância emocional, dor psíquica e incapacidade de decisão. Nesse sentido, a campanha do Agosto Lilás tem papel fundamental em reforçar o debate sobre os cuidados com a saúde emocional em mulheres que vivem esse tipo de violência.
Agosto Lilás: conexão com saúde emocional e mental

Durante o mês, ações como a Operação Shamar mobilizam cerca de 50.000 agentes de segurança em mais de 2.000 municípios, reforçando medidas protetivas e denúncias por meio do Ligue 180. Ao mesmo tempo, a mobilização visa fortalecer a rede de proteção às mulheres, o que inclui cuidados psicológicos e sociais.
Portanto, o Agosto Lilás é também uma oportunidade de conscientizar sobre a importância da saúde mental e emocional dessas vítimas. Assim sendo, é necessário investir em acolhimento, terapia, e acesso a redes de apoio especializadas.
Canais de apoio para quem sofre violência doméstica
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
Serviço gratuito e sigiloso 24h por dia, para denúncias e orientação jurídica ou emocional, inclusive via WhatsApp desde 2023 .
Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência
A rede inclui DEAMs, CRAMs, Casas da Mulher Brasileira, Casas Abrigo, Defensoria Pública e CAPS. Esses espaços oferecem:
- proteções legais;
- atendimento psicossocial;
- abrigamento emergencial.
Casas da Mulher Brasileira
São centros especializados com delegacia, assistência social e apoio psicossocial.
Saúde mental e emocional das vítimas: como cuidar além do Agosto Lilás

Conforme já abordamos, quando a violência acontece, seus efeitos ultrapassam feridas físicas. A pessoa pode vivenciar traumas psicológicos prolongados, tais como depressão severa, ansiedade e sintomas de TEPT. Portanto, cuidar da saúde mental exige abordagem multidimensional.
Além disso, uma vez afastada do agressor, o cuidado com a saúde emocional da vítima, nesses casos, envolve gerenciar o sofrimento, a autoconfiança e o autocuidado. Por sua vez, a terapia, a escrita, o acolhimento em grupo e a rede social de apoio também são estratégias comprovadas para reconstrução emocional.
Não menos importante: a violência psicológica costuma causar baixa autoestima e sensação constante de culpa, prejudicando a autonomia emocional das vítimas.
Conectando saúde mental, emocional e Agosto Lilás
Portanto, para combater a violência e seus efeitos, é essencial pensar o Agosto Lilás como uma iniciativa de mobilização que se conecta diretamente à promoção da saúde mental e emocional da mulher. Contribuir nesse processo significa:
- denunciar abusos;
- buscar apoio jurídico;
- acionar redes de atendimento;
- investir em cuidados psicológicos e sociais continuados.
Em suma, o Agosto Lilás é o momento de unir esforços para lutar contra todas as formas de violência contra a mulher. Além disso, é também um chamado à sociedade para valorizar e promover a saúde mental e emocional das vítimas. Somente por meio da denúncia, acolhimento e do investimento em políticas públicas integradas, podemos realmente promover transformação.
Se você precisa de apoio psicológico, orientação jurídica ou acolhimento emocional, não está sozinha. Busque ajuda nos canais mencionados. E lembre-se: denunciar é um ato de coragem e cuidar da saúde mental e emocional é um direito.
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Canais disponíveis pelo Ministério da Saúde ou Governo Federal:
- Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita) ou acesse o chat no cvv.org.br.
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde mais perto da sua casa (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
- Se sentir que é urgente, procure a UPA 24H mais perto da sua casa ou chame o SAMU ligando 192 (ligação gratuita).
