Geralmente causado pelo estresse crônico, o Burnout é uma síndrome caracterizada por exaustão emocional e redução da produtividade. Mas, como o estresse crônico, uma constante na vida contemporânea, leva ao Burnout?
A seguir, vamos explorar a ciência por trás do Burnout, mostrando alguns pontos importantes de como o estresse crônico pode levar ao esgotamento.
O que é Burnout e Como o Estresse Crônico Contribui?
O Burnout surge quando o corpo e a mente são expostos ao estresse crônico por longos períodos sem alívio. Esse ciclo de estresse, sem interrupção, esgota os recursos emocionais e físicos, resultando em um estado de exaustão profunda e desconexão com as responsabilidades diárias. Entender os mecanismos do estresse é fundamental para prevenir o Burnout.
No nosso post “O que é o Burnout” te contamos mais o que é e como reconhecer os principais sintomas.
Mecanismo fisiológico do estresse: o caminho para o Burnout
Em sua essência, o estresse é uma resposta natural do corpo a um estado de desequilíbrio do funcionamento psicobiológico do organismo que se manifesta em resposta a situações de perigo, desafiadoras ou nocivas do ambiente.
O estresse ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), liberando hormônios como o cortisol (conhecido como hormônio do estresse) e a adrenalina. Esses hormônios preparam o corpo para a “resposta de luta ou fuga”, aumentando os batimentos cardíacos, a pressão arterial e os níveis de energia. O estresse é fundamental para a sobrevivência em situações pontuais, como evitar um acidente de carro ou fugir de uma situação de perigo, o problema surge quando essa resposta é acionada e mantida por longos períodos. É aí que o estresse agudo se transforma em estresse crônico, uma condição prejudicial para a saúde física e mental que pode levar ao Burnout.
O impacto do estresse crônico no corpo
O estresse crônico impacta várias funções fisiológicas no corpo e o cortisol é um dos principais culpados.
Em um artigo publicado pela BBC News sobre o papel do cortisol, o chamado “hormônio do estresse”, faz uma revisão sobre sua função no organismo, especialmente em resposta ao estresse, e os efeitos do excesso de cortisol no corpo.
Principais sintomas de níveis elevados e prolongados do estresse crônico no corpo:
- Distúrbios do sono: o estresse interfere na produção de melatonina (hormônio do sono), podendo levar a dificuldades para dormir.
- Sistema imunológico: o cortisol suprime a função imunológica, tornando o corpo mais vulnerável a infecções.
- Aumento de Peso: o estresse pode aumentar a busca por alimentos ricos em gordura e açúcar, resultando em ganho de peso.
- Doenças Cardiovasculares: a pressão arterial elevada e os níveis de colesterol são comuns em pessoas sob estresse crônico, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
O impacto do estresse crônico na mente
O estresse crônico também tem um impacto profundo na saúde mental. Além do possível Burnout, no estudo brasileiro de Margis et al (2003), concluiu-se que a exposição contínua a níveis elevados de cortisol pode alterar a química cerebral e afetar áreas como o hipocampo e o córtex pré-frontal, responsáveis pela memória, aprendizado e tomada de decisões.
Principais pontos afetados pelo estresse crônico:
- Problemas cognitivos: estresse crônico pode causar dificuldades de memória e de atenção, tornando as tarefas cotidianas mais desafiadoras.
- Ansiedade e Depressão: o estresse prolongado pode levar a transtornos de humor, como ansiedade e depressão, pois o cortisol elevado pode prejudicar a regulação emocional, resultando em sentimentos persistentes de tristeza e angústia.
- Exaustão Mental: a falta de descanso mental levam à exaustão emocional, um dos principais componentes do Burnout. Isso pode fazer com que a pessoa se sinta emocionalmente incapaz de lidar com responsabilidades diárias.
Quando o estresse crônico vira Burnout
O Burnout é o resultado final de um processo longo de estresse crônico sem alívio adequado. Ele ocorre quando a mente e o corpo simplesmente não conseguem mais lidar com a carga constante e entram em desequilíbrio. A pessoa pode sentir uma total desconexão de seu trabalho ou responsabilidades, acompanhada de uma sensação de inutilidade e desesperança.
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