Como as empresas podem mitigar riscos psicossociais para evitar queda de produtividade operacional e danos à reputação

Foto de um time de RH (Recursos Humanos) discutindo formas de mitigar riscos psicossociais na empresa.

Seu negócio está correndo risco regulatório ou está em conformidade com a legislação trabalhista? Com as exigências e diretrizes da nova NR-1, os riscos psicossociais se tornaram prioridade na gestão de pessoas de todas as empresas.

Neste artigo, você vai entender a fundo o que eles são, quais as exigências legais, seus impactos negativos na eficiência das organizações e como prevenir e mitigar esses riscos relacionados à saúde mental no trabalho de forma estruturada.

Continue lendo para aprender a transformá-los em oportunidades concretas de valor, engajamento e conformidade!

O que são riscos psicossociais?

Riscos psicossociais são fatores organizacionais, relacionais e de condição de trabalho que podem afetar negativamente a saúde mental, emocional e social dos colaboradores — sendo a consequência dos maiores desafios de Saúde e Segurança no Trabalho (SST).

Eles se manifestam quando as exigências do trabalho ultrapassam os recursos, o tempo ou o suporte disponível para lidar com elas.

Alguns fatores psicossociais de risco previstos em lei incluem: 

  1. assédio moral e sexual;
  2. sobrecarga de trabalho;
  3. metas abusivas/inalcançáveis;
  4. insegurança no emprego;
  5. falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Apesar de serem invisíveis, são problemas absolutamente mapeáveis e mensuráveis.

Quando não tratados, geram impactos profundos na saúde mental dos trabalhadores e, consequentemente, prejuízos para sua empresa.

NR-1 e riscos psicossociais: o que muda em 2026

A partir do dia 25 de maio de 2026, o Ministério do Trabalho passará a exigir oficialmente que todas as empresas incluam a avaliação dos fatores psicossociais no seu Programa de Gerenciamento de Riscos (GRO), conforme previsto na NR-1.

A legislação define que é responsabilidade do empregador identificar, avaliar e controlar os riscos emocionais ocupacionais.

Isso inclui, principalmente:

  • identificação do estado emocional global da empresa;
  • elaboração de planos preventivos;
  • implementação de medidas efetivas de proteção à saúde mental.

Organizações que ignorarem as diretrizes legais podem ser autuadas, sofrer penalizações e comprometer sua reputação perante órgãos reguladores, colaboradores e mercado.

🟣 Saiba mais sobre as mudanças na NR-1!

Como integrar a avaliação de riscos psicossociais ao GRO

Como explicamos, a NR-1 exige que a avaliação dos riscos psicossociais seja incorporada ao Programa de Gerenciamento de Riscos com base em evidências. 

Para fazê-lo, é necessário:

  1. elaborar um inventário de riscos psicossociais;
  2. estimar a exposição de grupos de trabalhadores;
  3. definir medidas de prevenção e controle com base nos dados;
  4. atualizar periodicamente o plano.

Desse modo, é possível proteger o capital humano, fortalecer a cultura organizacional e evitar multas trabalhistas.

Foto de uma mulher com expressão de cansaço, frente a um laptop, fazendo hora extra em um ambiente de escritório escuro.

Causas comuns de riscos psicossociais

Burnout, crises de ansiedade frequentes, falta de motivação e engajamento com as atividades — e demais problemas comumente enfrentados por trabalhadores — não surgem do nada.

Diversas práticas abusivas no ambiente corporativo podem contribuir para o surgimento de perigos psicossociais. 

Entre as mais recorrentes estão:

  1. carga de trabalho excessiva;
  2. prazos irreais;
  3. ausência de reconhecimento ou feedback;
  4. relações interpessoais conflituosas;
  5. instabilidade empregatícia;
  6. falta de clareza nas responsabilidades;
  7. pressão por resultados inalcançáveis;
  8. falta de apoio da liderança;
  9. intolerância ao erro;
  10. falta de abertura para expressar opiniões;
  11. discriminação ou isolamento social;
  12. ambiente corporativo tóxico;
  13. falta de autonomia ou participação em decisões.

Essas condições insustentáveis propiciam o adoecimento mental e emocional, aumentando os riscos de depressão, por exemplo.

🟠 Só em 2017, um trabalhador com depressão chegava a perder, em média, 36 dias de trabalho por ano devido afastamentos e queda de desempenho, segundo a World Health Organization.

Consequências empresariais de negligenciar fatores psicossociais de risco

Ignorar os riscos psicossociais, mais do que um erro de gestão, tornou-se um erro estratégico com impacto direto na sustentabilidade e competitividade das empresas

Especialmente porque custa caro em reputação e resultado financeiro.

Segundo as Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade causam uma perda estimada de US$1 trilhão por ano em produtividade global. 

Em um ambiente corporativo com leis cada vez mais exigentes, fatores como sobrecarga emocional, jornadas excessivas e falta de suporte psicológico têm gerado efeitos silenciosos nos colaboradores, mas gritantes nas organizações.

No Brasil, os reflexos se materializam em diversos indicadores críticos para as empresas:

  • aumento do absenteísmo e do presenteísmo;
  • redução significativa da produtividade por colaborador;
  • elevação nos índices de turnover e rotatividade;
  • clima organizacional desmotivador;
  • riscos jurídicos e passivos trabalhistas crescentes;
  • evasão de talentos para ambientes mais saudáveis emocionalmente.

Ou seja, tratar a saúde emocional como prioridade não é apenas um ato de humanidade, mas uma alavanca de performance e mitigação de riscos jurídicos.

🟠 Em tempos de conformidade com a NR-1 e employer branding, cuidar de pessoas é, acima de tudo, cuidar do negócio.

Foto de moedas empilhadas de maneira crescente na frente de um gráfico de crescimento financeiro com barras verdes e uma linha ascendente, simbolizando os ganhos financeiros de mitigar riscos psicossociais.

Por que prevenir é mais barato do que remediar

Enquanto a prevenção de riscos psicossociais gera bem-estar, produtividade e retenção, a omissão, como mostrado, custa caro. 

Confira a tabela comparativa que montamos:

SituaçãoPostura preventivaPostura omissa
TurnoverBaixoAlto
Clima organizacionalMotivadorDesmotivador
Riscos legaisReduzidosElevados
ReputaçãoPositivaNegativa
EngajamentoAltoBaixo

Fica claro que mapear e mitigar os riscos emocionais ocupacionais melhoram seus resultados de forma tangível.

Como mitigar riscos psicossociais de forma efetiva na sua empresa

Após a contextualização, siga o passo a passo abaixo para prevenir seu negócio das penalizações da NR-1:

1) Identifique a situação atual da sua empresa 

Adotar testes e questionários psicológicos ajuda a obter um panorama do estado emocional dos trabalhadores para tomar ações de melhoria assertivas.

2) Revise a estrutura de trabalho

  • Avalie e ajuste as metas empresariais para que sejam realistas e alcançáveis.
  • Reorganize a carga horária e alocação de tarefas para evitar sobrecarga.
  • Defina papéis e responsabilidades com clareza dentro dos times.

Ambientes desorganizados geram ansiedade, esgotamento e falhas de comunicação.

3) Fortaleça sua cultura organizacional

  • Treine líderes para identificar sinais de estresse e agir com empatia.
  • Estimule feedbacks contínuos, respeitosos e construtivos.
  • Implemente políticas ativas contra assédio moral e condutas tóxicas.

Uma cultura corporativa saudável começa com lideranças bem preparadas e relações baseadas no respeito.

4) Ofereça apoio emocional aos colaboradores

  • Crie canais de escuta ativa e acolhimento emocional.
  • Ofereça apoio psicológico profissional (interno ou por meio de parceiros).
  • Estabeleça programas regulares de bem-estar emocional e saúde mental.

Colaboradores emocionalmente seguros são mais produtivos, motivados, engajados em seus cargos e permanecem mais tempo na empresa.

5) Aplique boas práticas de prevenção contínua

  • Implemente pausas planejadas para descanso mental durante o expediente.
  • Estimule o autocuidado por meio de conteúdos educativos e práticas como mindfulness ou ginástica laboral.
  • Reforce o salário emocional por meio do reconhecimento e outros benefícios não financeiros.

A combinação entre flexibilidade, reconhecimento e preocupação com o bem-estar trabalhista torna seu negócio mais sustentável a longo prazo.

🟠 Empresas que investem no bem-estar corporativo de forma contínua criam um ciclo virtuoso de alto desempenho e diminuem passivos trabalhistas.

Foto de um time operacional trabalhando de maneira colaborativa e produtiva em um ambiente corporativo saudável.

Benefícios da gestão eficiente de riscos psicossociais

Alguns ganhos tangíveis que o seu negócio obtém incluem:

  • mais consistência operacional e previsibilidade na entrega;
  • projetos concluídos com maior qualidade e agilidade;
  • redução de conflitos internos e aumento da inovação em equipe;
  • economia direta com litígios e multas jurídicas;
  • mais facilidade para atrair e reter talentos.

Portanto, é possível concluir que empresas que gerenciam riscos psicossociais conseguem criar uma vantagem competitiva, com maior retorno sobre as pessoas.

Como manter a conformidade com a NR-1?

Para mitigar riscos emocionais ocupacionais com eficiência, é preciso transformar a saúde mental dos seus colaboradores em dados mensuráveis.

A BurnUp (ecossistema de bem-estar emocional), por exemplo, oferece um dashboard gratuito — atualizado continuamente — que serve como farol do estado emocional da sua equipe, permitindo identificar áreas que precisam de intervenção urgente.

Evite queda de produtividade operacional e danos à reputação com a BurnUp.

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