O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e representa uma das principais causas de demência na terceira idade. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com a doença. Acima de tudo, além dos impactos diretos na memória e no funcionamento cognitivo, o Alzheimer também influencia profundamente a saúde mental de quem convive com a condição e de seus cuidadores.
Neste artigo, você vai entender o que é o Alzheimer, quais são os sintomas iniciais, as possíveis causas, os tratamentos disponíveis e como a saúde mental é afetada durante esse processo. Também vamos trazer dados atualizados e dicas práticas de prevenção.
O que é o Alzheimer?
O Alzheimer é uma doença progressiva e sem cura que provoca a degeneração das células cerebrais, afetando principalmente a memória, o raciocínio e o comportamento. Dessa maneira, com o tempo, a pessoa pode perder a capacidade de realizar tarefas simples do dia a dia e, em estágios mais avançados, tornar-se completamente dependente de cuidados.
De acordo com a Associação Internacional de Alzheimer, a cada 3 segundos, um novo caso de demência é diagnosticado no mundo, sendo o Alzheimer a principal causa, com aproximadamente 60% dos casos.
Sintomas iniciais do Alzheimer

Visto que os sintomas podem variar, os sinais mais comuns nos estágios iniciais podem incluir:
- Esquecimento frequente de informações recentes
- Dificuldade em planejar ou resolver problemas
- Desorientação no tempo e espaço
- Mudanças de humor e comportamento
- Problemas de linguagem e comunicação
É importante ressaltar que o esquecimento ocasional pode ser normal com o envelhecimento. No entanto, quando esses sintomas começam a impactar significativamente a vida da pessoa, é essencial buscar avaliação médica.
Causas e fatores de risco
Ainda não se sabe exatamente o que causa o Alzheimer, mas acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Entre os fatores de risco mais conhecidos estão:
- Idade avançada (maior incidência após os 65 anos)
- Histórico familiar da doença
- Hipertensão e diabetes não controlados
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Dieta pobre em nutrientes
Ainda, segundo pesquisas da USP, outro fator de risco para o Alzheimer é o grau de escolaridade, ou seja, menos anos de educação formal podem representar um maior risco de Alzheimer e outras demências. Não há um motivo claro para essa associação, mas alguns cientistas acreditam que essa maior dedicação à educação formal pode ajudar a aumentar as conexões entre os neurônios, permitindo ao cérebro o uso de rotas alternativas de comunicação entre os neurônios ao ocorrerem mudanças relacionadas com o Alzheimer e outras demências. Dessa maneira, possivelmente, quanto maior a escolaridade, mais anos de estudo e maior a reserva cognitiva.
Manter hábitos saudáveis ao longo da vida é uma forma eficaz de prevenção.
Leia também: O que é saúde mental e como mantê-la em equilíbrio
O impacto do Alzheimer na saúde mental
O diagnóstico de Alzheimer pode ser devastador, tanto para a pessoa quanto para seus familiares e cuidadores. Entre os principais impactos na saúde mental estão:
- Ansiedade
- Depressão
- Sentimento de inutilidade ou culpa
- Estresse crônico nos cuidadores
Por isso, é fundamental cuidar da saúde emocional de todos os envolvidos. O acompanhamento psicológico e a construção de uma rede de apoio são cruciais durante toda a jornada.
Como prevenir o Alzheimer
Embora não exista uma fórmula mágica para evitar o Alzheimer, algumas atitudes podem reduzir significativamente o risco, tais como:

1. Praticar atividade física regularmente
Estudos indicam que o exercício físico estimula o cérebro, melhora a circulação sanguínea e reduz a inflamação. Caminhadas, natação, musculação e até dança podem ser grandes aliados.
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Exercícios para a terceira idade: a importância da atividade física para idosos
2. Ter uma alimentação balanceada
Ter uma alimentação saudável ajuda a proteger as células cerebrais. Frutas, vegetais, peixes e grãos integrais devem estar no prato.
3. Estimular o cérebro
Jogos de memória, leitura, aprender uma nova habilidade ou idioma são ótimos para manter o cérebro ativo. Manter um hobby ajuda o seu cérebro a se manter sempre ativo.
4. Cultivar relações sociais
Manter vínculos sociais saudáveis reduz o risco de depressão e isolamento, que são fatores associados ao declínio cognitivo. Participar de grupos, ter amigos ou hobbies em comum ajuda a manter a mente em movimento.
5. Dormir bem
O sono de qualidade é essencial para a regeneração cerebral. Distúrbios do sono frequentes podem estar ligados ao aumento do risco de Alzheimer.
Confira mais sobre isso no nosso episódio especial do BurnUp Cast.
O papel do Exercício Físico na prevenção e tratamento do Alzheimer

O exercício físico regular pode ser uma ferramenta poderosa no combate à doença de Alzheimer, oferecendo potencial tanto para prevenção quanto para tratamento. Embora não exista um plano de exercícios universal, entende-se que uma combinação de exercícios aeróbicos, de força, equilíbrio e coordenação, quando realizados de forma consistente, pode fazer uma diferença significativa para pessoas com Alzheimer ou em risco de desenvolvê-lo.
Por conseguinte, atividades aeróbicas de intensidade moderada melhoram a memória, aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro e reduzem as proteínas nocivas associadas à doença.
Em outras palavras, o exercício físico melhora a plasticidade cerebral, aumentando os níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), proteína que auxilia no crescimento de novos neurônios e ajuda a eliminar a beta-amiloide, a proteína associada a danos cerebrais relacionados ao Alzheimer.
Ainda, além da estrutura cerebral, o exercício físico tem benefícios anti-inflamatórios que podem retardar a progressão do Alzheimer e retardar o aparecimento ou reduzir o estado inflamatório que a doença gera no cérebro. Ele fortalece o sistema imunológico e reduz a inflamação no cérebro.
Por fim, é importante ressaltar que a atividade física também aumenta os níveis de irisina, um hormônio liberado pelos músculos durante o exercício, que entra no cérebro para melhorar a memória e proteger os neurônios. A irisina promove, ainda, alterações químicas dentro dos neurônios que protegem o cérebro contra a perda da capacidade de armazenar informações e ajuda a restaurar a memória perdida com o avanço da doença.
A saber: pessoas que praticam exercícios físicos têm 28% menos risco de demência e 45% menos de Alzheimer. A prevenção do Alzheimer deve começar por volta dos 20 anos, quando adulto jovem, com a prática de exercícios físicos e um estilo de vida saudável.
Quando procurar ajuda médica?

Se você ou alguém próximo apresenta sinais persistentes de perda de memória ou alterações comportamentais, procure um neurologista ou geriatra. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar um plano de tratamento e cuidados eficazes.
Tem tratamento para o Alzheimer?
Apesar de ainda não existir cura para a doença de Alzheimer, existem opções de tratamentos medicamentosos que ajudam o portador a ter mais qualidade de vida. Decerto, também podemos incluir nos tratamentos focados no bem-estar:
- terapia ocupacional
- reabilitação cognitiva e motora
- tratamento de outros problemas de saúde associados (por exemplo: pressão alta, diabetes, obesidade)
- atividade física regular
Apoio emocional para quem convive com o Alzheimer
Cuidar de alguém com Alzheimer pode ser exaustivo emocionalmente. A sobrecarga física e mental pode levar ao esgotamento. Por isso, é essencial que cuidadores e familiares também se cuidem. Grupos de apoio, terapia e momentos de autocuidado devem fazer parte da rotina.
Veja também: 5 sinais de que sua saúde mental está pedindo atenção
O Alzheimer é uma condição que vai além da perda de memória. Ele atinge toda a estrutura emocional e social da pessoa e de sua família. Com informação, prevenção e apoio profissional, é possível lidar com os desafios da doença de forma mais leve e respeitosa.
Se você precisa de apoio psicológico, conheça os profissionais da saúde mental disponíveis na plataforma da BurnUp.
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Canais disponíveis pelo Ministério da Saúde ou Governo Federal:
- Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita) ou acesse o chat no cvv.org.br.
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde mais perto da sua casa (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
- Se sentir que é urgente, procure a UPA 24H mais perto da sua casa ou chame o SAMU ligando 192 (ligação gratuita).
