Saúde Mental é um dos assuntos mais falados atualmente e o interesse vem aumentando ano a ano. Segundo a pesquisa Global Health Service Monitor 2023, realizada pela Ipsos, o Brasil está entre os países que mais se preocupam com a saúde mental. Nos últimos quatro anos, o interesse pelo assunto quase triplicou, chegando a 49% dos brasileiros entrevistados.
Dentro do tópico saúde mental, a relação com o comer saudável também está em alta. Mas, como exatamente a alimentação pode impactar a nossa saúde mental?
Leia também: como o sono pode afetar a nossa saúde mental?
Nutrientes essenciais para a saúde mental
Diversos nutrientes desempenham um papel fundamental como aliados na manutenção da saúde mental. Entre eles, destacam-se:
- ácidos graxos ômega-3
- ferro
- selênio
- vitaminas A, C e Complexo B
Fora isso, é importante seguir dicas importantes como:
- comer maior quantidade de frutas, legumes e verduras, cereais integrais;
- diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura;
- evitar o consumo de ultra processados.
Por que é tão difícil manter uma alimentação equilibrada?
Nos últimos anos, comer está cada vez mais difícil por algumas razões, como:
- facilidade – o acesso a alimentos ultra processados não requer trabalho.
- rotina – a correria do dia a dia, que nos deixa cada vez mais longe da cozinha (e da prática culinária);
- delivery – a facilidade dos pedidos on-line que nos entregam qualquer tipo de comida, a qualquer hora;
- crenças alimentares – a disseminação de informações que estão cada vez mais enraizadas nas nossas cabeças, como a ideia de que existem alimentos certos e errados, bons e ruins e até a rigidez sobre o que seria um alimento saudável, olhando apenas seu aspecto nutricional.
Essa visão dos alimentos, que os dividem em bons e ruins, faz com que julguemos a nossa alimentação apenas pelo que comemos. E, se não comemos (apenas) alimentos ditos corretos, na quantidade correta e da maneira correta, automaticamente pensamos que “não comemos de forma saudável”. Esse comportamento afeta nossa saúde mental e emocional.
O que realmente importa na relação saúde mental e alimentação?
Esse é um tema que vai além dos nutrientes presentes nos alimentos. Precisamos entender que, para começarmos a cuidar (e até tratar) da nossa saúde mental, temos que parar de nos preocupar tanto com o que comemos e tentar entender por que comemos da forma que comemos.
Com as preocupações sobre o que comemos muito maiores do que sobre como comemos, na opinião de vários especialistas, ao invés de cuidarmos da nossa saúde, acabamos adoecendo cada vez mais. Comer é algo que vai muito além do biológico.
Segundo Alvarenga, et al (2019), comer é um ato “biopsicossociocultural”. Isso significa que, ao pensar em alimentação, devemos levar em consideração outros aspectos além do biológico. Comer também envolve nossas emoções, o ambiente em que vivemos, onde nascemos, nossas condições econômicas, o que gostamos e os sabores que aprendemos a gostar ao longo da nossa vida.
Logo, ao pensar em uma alimentação saudável, precisamos levar em consideração muito mais do que o valor nutricional. É necessário avaliar como está a fome, quais alimentos estão disponíveis, o que queremos comer naquele momento, com quem estamos, onde estamos.
Por exemplo, se você está em uma festa de aniversário tem disponível alimentos que não são os mesmos que encontra no meio da semana na sua casa, o esperado e saudável é que coma o que tem disponível, dentro das suas preferências alimentares, de acordo com a sua fome e ofertas de alimentos, não considerando apenas porque é rico (ou pobre) em determinado nutriente ou ingrediente.
Conquistando a alimentação como aliada da saúde mental
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os determinantes da saúde mental e transtornos mentais vão além de atributos individuais, como emoções, pensamentos e comportamentos, também englobam os fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais. Isso é, para cuidar da nossa saúde mental, precisamos “equilibrar muito mais pratinhos”, além dos nossos.
A pressão no trabalho, problemas familiares, falta de sono, insegurança, trânsito, são alguns dos muitos fatores que dificultam a manutenção da nossa saúde mental e, acrescentar a todos esses a preocupação excessiva com a alimentação, pode ser mais prejudicial do que benéfico.
Aqui, no Blog da BurnUp, não estamos dizendo que não devemos buscar melhorar nossa alimentação. Em vez disso, precisamos adotar uma abordagem mais ampla, considerando como e por que comemos, e reconhecer que a saúde mental envolve muito mais do que apenas a dieta.
Para promover uma saúde mental equilibrada, é fundamental cuidar de todos os aspectos da vida e não apenas focar nos nutrientes. Lembre-se: uma abordagem equilibrada e consciente pode fazer toda a diferença.
Conte com a BurnUp
Com a BurnUp, você não está sozinho! Estamos ao seu lado para encontrar o bem-estar que vem de dentro pra fora. Conte conosco no dia a dia e, se precisar, busque ajuda!
Canais disponíveis pelo Ministério da Saúde ou Governo Federal:
- Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita) ou acesse o chat no cvv.org.br.
- CAPS e Unidades Básicas de Saúde mais perto da sua casa (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).
- Se sentir que é urgente, procure a UPA 24H mais perto da sua casa ou chame o SAMU ligando 192 (ligação gratuita).